segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

GRUPO FERRERO MARCA DE SUCESSO NA CAFEICULTURA

A Região do Cerrado Mineiro é reconhecida mundialmente pela qualidade de seus cafés, a tecnologia empregada na cafeicultura e, principalmente pelos empreendedores que constroem essa história. São diversos personagens que desde a década de 1970 fizeram da região uma referência em cafés de qualidade, produtividade e sustentabilidade.
Wagner Ferrero
Um destes personagens é Wagner Crivelente Ferrero, que diz que o café está no sangue, pois é uma cultura tradicional em sua família. Ele é administrador do Grupo Ferrero que coleciona prêmios pela qualidade dos cafés produzidos, especialmente os de origem da Fazenda Pântano, no Cerrado Mineiro, localizada entre os municípios de Patrocínio e Coromandel.

Em 2016, foi o primeiro colocado na categoria cereja descascado no IV Prêmio Região do Cerrado Mineiro, promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado. No 13º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, promovido pela Emater-MG, classificou-se na categoria cereja descascado em primeiro e segundo lugar na região do Cerrado Mineiro. Obteve a maior produtividade no Programa DuPont Colheita Farta Café 2015/2016, com produtividade média de 139 sacas por hectare.


Segundo Wagner ver o trabalho de um ano inteiro ser reconhecido, é tudo o que se deseja na vida. Acredita que tais concursos trazem visibilidade, abrindo portas no mercado internacional de café. “O concurso e leilão realizados pela Federação promovem a Região do Cerrado Mineiro, traz reconhecimento mundial aos produtores. E nosso nome está lá”, diz.   

“PRODUZIR CAFÉ DE QUALIDADE NÃO É DIFÍCIL, PRECISA APENAS DE CAPRICHO”

Produzindo cafés de alta qualidade o Grupo Ferrero consegue se destacar no segmento. Investir em pesquisa e desenvolvimento de variedades com bebida superior é um dos pilares deste negócio. Há 20 anos, Wagner acompanha de perto a seleção das variedades cultivadas na Fazenda Pântano. Para isso, mantém parcerias com universidades, Epamig e empresas do setor.

“O café de qualidade é reconhecido no mundo inteiro e agrega valor. Ninguém trabalha de graça. Na época das ‘vacas magras’, quando poucos produtores tinham café, nós vendemos por preço melhor e, assim vamos conseguindo sobreviver na cafeicultura. Esse é o futuro!”, revela Ferrero.

O produtor se considera perfeccionista, por isso, atender a demanda dos compradores se tornou uma obsessão. Wagner tem a consciência de que a demanda é diversa, diz que cada região do mundo prefere um tipo de café diferente. “Ninguém gosta de uma coisa só. Eu sou produtor de matéria-prima, então tenho que produzir o que eles querem comprar, se pagam bem por uma variedade nova, vamos investir nisso” afirma.

“ACHO QUE DEVEMOS EVOLUIR”

A família Ferrero tem origem italiana. Instalaram-se em Altinópolis/SP, região cafeeira reconhecida como Alta Mogiana. Foi ali que Wagner cresceu e se apaixonou pelo cultivo do café, anos depois veio para o Cerrado Mineiro e viu que tinha chances de expandir.  Ele acredita que a região é um grande diferencial do seu negócio. “Aqui no Cerrado Mineiro encontrei uma cafeicultura empresarial e empreendedora. Os produtores são empresários de café, na minha região a cafeicultura é mais tradicional”, revela.

Ele reafirma que a região presa por qualidade e novas variedades de café. Justica-se assim que a maior parte de sua produção venha desta região, são 550 hectares plantados. Na Fazenda Pântano, são produzidas 148 variedades, entre elas Catuaí Amarelo, Ibarê, Topázio, Caturra, Acaiá e duas variedades exclusivas, a UVA (IAC 125) e o Bourbon Amarelo (LC30-10). O que se pesquisa e produz não fica apenas na fazenda, as sementes são comercializadas e o conhecimento adquirido compartilhado com a comunidade cafeeira.

Wagner se recorda que foi um dos produtores precursores no Cerrado Mineiro ao investir em qualidade. Cita a Cerrad Coffee e a ILLY como empresas que enxergaram o potencial do Cerrado. “Acho que devemos evoluir. O café é reconhecido graças a alguns produtores que investiram e cresceram no Cerrado como José Carlos Grossi, por exemplo. A minha geração começou em um segundo patamar. A geração de produtores que chega agora já tem uma base sólida construída para que possam progredir daí” reafirma. 

“A TERRA É UM LEGADO“

“Eu falo sempre que a terra é um legado, a natura é um bem que temos que cuidar. Não podemos estragar aquilo que recebemos, temos que deixá-la melhor para as futuras gerações”. Este depoimento resume o pensamento de Wagner quando questionado sobre sustentabilidade.

O Grupo é reconhecido por este trabalho. Em 2014, foram premiados pela Revista Globo Rural que justificou a classificação pelas cinco certificações socioambientais internacionais do Grupo, o mínimo uso de defensivos químicos e o investimento no projeto de reaproveitamento de águas das chuvas na Fazenda Pântano.

Wagner completa que não apenas o meio ambiente deve ser preocupação do produtor, mas cuidar dos funcionários é importante. Ressalta sua atenção com a rastreabilidade. “A rastreabilidade que é o futuro do mundo, com surgimento de doenças novas você tem que usar produtos com menor toxidez para não agredir a saúde”.

Em seu conceito, Wagner finaliza acrescentando a parte econômica como fundamental na sustentabilidade do negócio. “Nenhuma fazenda que está no vermelho consegue produzir um produto sustentável. Os recursos financeiros dão subsídios para se fazer tudo o que é necessário” pontua.

Com esta visão Wagner nos demonstra que além da paixão, o produtor deve ter profundo conhecimento do seu negócio. A saúde econômica é fundamental para a estruturação das propriedades. Os parceiros como associação, cooperativas, empresas, entidades pesquisa e desenvolvimento, serão as bases para que projetos saiam do papel. O mercado vai sinalizar os potenciais do negócio. Se manter e crescer na cafeicultura exige dedicação, é o que nos ensina Ferrero.

Vista aérea Fazenda Pântano. Foto Orleno Criações


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