quinta-feira, 24 de novembro de 2016

MUDAS DE QUALIDADE É O PRIMEIRO PASSO PARA UMA LAVOURA PRODUTIVA

Com as boas chuvas de novembro e a expectativa de que continuem nos meses de dezembro e janeiro/17, cafeicultores já começam a se preparar para o plantio de novas áreas de café ou na renovação de lavouras. Em um artigo recente, J.B. Matiello, da Fundação Procafé, faz um alerta aos produtores com relação a qualidade das mudas de café a serem utilizadas.

Segundo o pesquisador, mudas de café com folhas muito verdes, tenras e grandes, que atraem pelo bom aspecto, ou seja, mudas todas “bonitonas”, nem sempre são as mudas melhores para plantio. A boa qualidade das mudas está ligada à sua genética e aos cuidados na sua formação.

Ele explica que alguns aspectos genéticos devem ser observados. As mudas devem ser oriundas de sementes, ou estacas, de origem conhecida (sementes ou clones certificados), observando as indicações de cultivares com características mais apropriadas e adaptadas à região de plantio, sendo essenciais – a produtividade, o porte baixo, o vigor e a resistência do material genético.

Matiello destaca que para formação das mudas é importante se observar oito itens:
1- A escolha da área do viveiro – com boa insolação, em local alto, sem umidade e não localizado logo abaixo de lavoura.
2- O uso de substrato livre de nematoides, se possível fazendo análise prévia.
3- Fazer registro do viveiro - com Técnico responsável.
4- Na semeadura – usar sempre o semeio direto, para evitar raízes tortuosas.
5- Proteger as mudas contra pragas e doenças – e controlar sempre que necessário,
sendo que no caso de Pseudomonas indica-se eliminar mudas doentes.
6 - Produzir/plantar mudas no estágio certo – com 4-6 pares de folhas. Não forçar seu crescimento vegetativo em detrimento do sistema radicular.
7 - Fazer a aclimatação das mudas ao sol, ou, preferivelmente, um condicionamento hormonal, que segura o crescimento vegetativo, com amadurecimento/endurecimento dos tecidos e amplia o crescimento do sistema radicular fino.
8 - Selecionar as mudas antes do plantio, recuperando ou eliminando mudas fracas no viveiro.

O pesquisador esclarece também que uma boa muda é aquela que possui mais raízes, essenciais no pegamento e na boa estruturação inicial da planta no campo. Uma boa proporção do sistema radicular, com sua parte aérea, em peso, é de quase 1 para 1. Todos os tipos de mudas podem ter boa qualidade, seja as de sacola plástica, as de tubete, as de bandeja ou de sacolas de TNT. Basta adequar o seu tamanho e os cuidados no plantio. Muda de qualidade tem caule mais grosso, folhas coriáceas, de coloração verde-claro e devem estar livres de pragas e doenças.

Matiello deixa um alerta quanto a pequena quantidade de cafeicultores que fazem suas próprias mudas, havendo preferência pela sua aquisição em viveiristas. Isto vem dificultando sob dois aspectos. Primeiro, a aquisição das mudas eleva o custo da implantação da lavoura, visto que os plantios atuais, em sistema renque ou semi-adensados, necessitam do uso de um número elevado de mudas por área, de 5000-8000/ha, assim, logo de saída, isso incorre em gasto de cerca de R$ 2500,00 – R$ 4000,00/ha. Segundo, o cafeicultor fica sujeito a adquirir/plantar as mudas que o viveirista tem disponível no momento, nem sempre daquela variedade ou da qualidade que o produtor deseja. Com isso, a adoção de novas variedades fica mais difícil, pois os viveiristas tendem a formar mudas das variedades tradicionais. Nesse caso, uma das alternativas seria o cafeicultor adquirir sementes de variedades que achar mais adequadas, então, com elas, ou formar suas próprias mudas ou fornecer as sementes para o viveirista formar as mudas para o cafeicultor.

Fonte: Procafé

Leia na edição de novembro do Informativo Acarpa:

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Ferrugem do Cafeeiro: ocorrência e controle
Curso Produtor Informado acontece em Patrocínio

Classificado: venda de imóvel rural




SAFRA MEMORÁVEL NO IV PRÊMIO REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

A Federação dos Cafeicultores do Cerrado promoveu o IV Prêmio Região do Cerrado Mineiro. A noite de premiações aconteceu em 10 de novembro, na Arena Cerrado em Patrocínio. Para Francisco Sérgio de Assis, presidente da Federação, foi uma safra memorável, referindo-se as 232 amostras inscritas, a qualidade dos cafés classificados e aos valores conquistados no leilão. “Podemos dizer que este prêmio é a valorização do cafeicultor e depois do café. Produzimos café com sustentabilidade, agregando valor e respeitando o meio ambiente e as pessoas“, frisou.

O concurso adotou o modelo de negócios que denominou de Parcerias Sustentáveis, com a venda antecipada dos lotes vencedores nas três primeiras colocações. Pela primeira vez, realizou o leilão dos lotes classificados entre o 4º e o 25º lugar de cada cateria: natural e cereja descascado. Para a Federação o resultado foi positivo, com total de R$ 934 milhões e todos os lotes arrematados. Deste total serão acrescidos 10% destinados à pesquisa e inovação na Região do Cerrado Mineiro. Os lotes do leilão tiveram pontuações que variaram de 84 a 89 (SCAA).   

O anúncio dos primeiros colocados foi o grande momento da noite. Classificaram-se na categoria Cereja Descascado em primeiro lugar Wagner Ferrero (Coromandel), com pontuação de 88,79. Osmar Pereira Nunes Junior (Patrocínio) ficou em segundo lugar com pontuação 88,42 e, em terceiro Eduardo Pinheiro Campos (Carmo do Paranaíba), com 88,29 pontos.

Na categoria natural a pontuação superou as edições anteriores, com notas acima a 90 pontos. A primeira colocação foi de Ismael de Andrade (Carmo do Paranaíba) com 92,21 pontos. Em segundo lugar classificaram Tiago Castro Alves e Márcio Castro Alves (Araxá), com 91,08 pontos. Em terceira colocação, Jorge Naymeg (Coromandel) com 90,48 pontos. Os primeiros colocados de cada categoria receberam pelo prêmio R$1.800,00 por saca; os segundos R$1.400,00 e os terceiros R$1.200,00 sendo o lote de 20 sacas.



A noite foi marcada pela homenagem à José Carlos Grossi como cafeicultor pioneiro na Região do Cerrado Mineiro. Tânia Castro colaboradora da Federação  também foi homenageada pelos serviços prestados ao sistema Região do Cerrado Mineiro há 12 anos. A Syngenta reconheceu os três produtores que se destacaram na safra 2016/2017 com foco em sustentabilidade e qualidade. O barter da Platadorma Nucoffee na Região do Cerrado Mineiro foram os cafeicultores Margarida das Graças Silva – Fazenda Queixadas, Caetano Agrário Beltran Cervantes – Fazenda Olhos, Romero dos Reis Moreira – Fazenda Lembrança.

Informativo Acarpa edição de novembro ainda destaca:

Sinal Amarelo no Controle da Broca-do-Café
Mudas de qualidade é o primeiro passo para uma lavoura produtiva
Agência do BB em Patrocínio comemorou 70 anos
Melhores momentos do IV Prêmio Região do Cerrado Mineiro
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Curso Produtor Informado acontece em Patrocínio 



SINAL AMARELO NO CONTROLE DA BROCA-DO-CAFÉ

Iniciou-se o período de trânsito da broca do café (Hypothenemus hampei), considerada a segunda praga mais importante na cultura do cafeeiro. Especialistas alertam para monitoramento detalhado dos talhões e tempo correto de aplicação de inseticida.


O período entre os meses de novembro a janeiro é considerado crítico para o controle da Broca-do-Café (Hypothenemus hampei), pois compreende os 90 dias após as grandes floradas dos cafezais. Essa "época de trânsito", é quando insetos adultos fêmeas desalojam frutos secos que não foram colhidos e, encontram-se nas plantas ou no chão, para se multiplicarem. Contudo, a observação e ações de controle da praga estendem até março.

]Na região de Araguari/MG, no final de outubro/16 houveram registros do aparecimento de broca em lavouras irrigadas. Municípios onde ocorreram chuvas significativas no mês de agosto e tiveram floradas precoces, também já se relata a presença migratória do inseto.

Tal fato é um alerta aos produtores do Cerrado Mineiro. Segundo pesquisa coordenada pela Centro Universitário do Cerrado - Unicerp, muitos produtores não utilizam um método quantitativo para monitoramento da broca, baseiam suas decisões apenas em avaliações visuais.

“TIME” CERTO

Outra dúvida preponderante é o tempo exato de início da aplicação de inseticidas no controle da broca. Segundo entomologista e pesquisador da Epamig, Profº Júlio César, primeiramente é fundamental o monitoramento de cada talhão. Com adoção de uma planilha, serão feitas anotações e o acompanhamento da evolução da infestação da broca (pragueiro). O professor aconselha que o monitoramento deva iniciar a partir de 90 dias da maior florada, estendendo-se até 140 dias. Neste período o grão mantém uma umidade média de 86%, fator que dificulta a penetração da broca na semente. Quando o grão atinge 78% de umidade, a broca consegue se alojar na semente e fazer ovoposição. Nesta fase, a infestação atingindo um índice de 5%, aconselha-se o início do controle químico.

EXPERIÊNCIAS EM 2016

Durante um encontro técnico promovido pela Acarpa, consultores que atuam na região do Alto Paranaíba compartilharam experiências positivas no controle da broca em 2016. Ressaltaram que o uso dos princípios ativos aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) demostraram ser eficazes, contudo com menor eficiência em relação ao Endosulfan que obtinha resultados próximos a 87% de controle, segundo pesquisas da Epamig Café.

A utilização de fontes biológicas, como o bouveria bassiana, também apresentou resultados positivos. Os consultores pontuaram que outra aplicação eficiente foi a composição de clorpirifós associado a um desalojante (enxofre e/ou óleo de laranja).

O Departamento Técnico da Acarpa alerta que independente de qual produto será utilizado o importante é o cafeicultor ter um acompanhamento profissional. Cabe ao profissional da área agronômica orientar sobre quais tecnologias de aplicação serão mais eficientes e, buscarem minimizar os riscos de desequilíbrio de agentes naturais.

No Informativo Acarpa, página 04, está disponível Planilha de Campo para monitoramento da Broca-do-Café, disponibilizada pela Epamig.

Leia nesta edição também sobre:

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ACARPA SE POSICIONA QUANTO A IMPORTAÇÃO DE CAFÉ

Nesta safra 2016/2017, a situação climática interferiu diretamente na produção de cafés conilon no Espírito Santo. O Estado produziu 5,3 milhões de sacas, cerca de 2,4 milhões a menos que a safra anterior. O quadro se agrava quando as perspectivas apontam para uma produção ainda menor em 2018.

Neste mesmo período, a demanda pela indústria não diminui, o que elevou o preço do conilon a patamares iguais ou acima do arábica. A torrefação tem buscado enfrentar a escassez substituindo o produto por arábica de qualidade inferior.

As indústrias de solúveis dizem que não é possível adotar tal medida devido ao tipo de produto que fabricam e, se articulam para convencer o governo brasileiro a liberar a importação de café. Justificam que seria no sistema drawback, quando o café entra no Brasil com a única finalidade de ser processado e enviado a exportação em seguida.

Esta notícia tomou proporções após ser anunciada por um diretor da ABICS no Canal Rural. A importação de café é apenas uma hipótese levantada pelo grupo, contudo nos leva a questionamentos importantes.

Os produtores veem lutando arduamente desde abril de 2015 para que o Brasil não importasse café verde do Peru. A indústria apoiou a decisão do Ministério da Agricultura. O setor produtivo viu com receio a decisão visto os efeitos que poderia causar, como a desvalorização do produto nacional, a perca de renda e rentabilidade.

Outra justificativa, foi o risco de entrada de doenças no país com a contaminação de plantas. Apesar das barreiras fitossanitárias, as medidas são insuficientes.  
Novamente, com a quebra de safra do conilon, a indústria se mobiliza para tentar aprovar a medida de importação de grãos. Novamente, nos sentimos ultrajados diante da possibilidade de ver nossos investimentos, a dedicação de uma vida inteira, ameaçada.

Temos tecnologia. Produzimos cafés que atendem a todos os padrões de qualidade, tanto no arábica, quanto no conilon. Acreditamos que é possível através de pesquisa e desenvolvimento suprir a carência do mercado com produtos inovadores. 

Arriscar o emprego de milhões de trabalhadores do agronegócio café em virtude de poucas empresas de um único segmento é desonrar a cafeicultura nacional. Somos contra a importação, somos a favor de investimentos e o desenvolvimento do agronegócio Brasileiro.

No Informativo Acarpa de Novembro leia também sobre:

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INFORMATIVO ACARPA EDIÇÃO DE NOVEMBRO 2016

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