sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

INFORMATIVO ACARPA JANEIRO 2016

O Informativo Acarpa, edição de janeiro de 2016, traz os principais destaques:

Conselho Nacional do Café fez prestação de contas à associações e cooperativas que compõe a Federação dos Cafeicultores do Cerrado. 

Departamento Ambiental da Acarpa alerta para obrigação de georreferenciamento em áreas superiores a 100ha a partir de 2016.

Nestlé inaugurou fábrica no Brasil e capsulas da Dulce Gusto já são fabricas com grão nacional.

Família Pequini comemora prêmio no Concurso Colheita Premiada.

Broca-do-café, metodologia para monitoramento desenvolvido por pesquisadores da Embrapa auxiliam cafeicultores. Planilha ensina passo a passo do processo. 

Contratação do seguro rural exige atenção do produtor. Texto pontua questões importantes a serem observadas.

Queda de chumbinho preocupou cafeicultores em Patrocínio. Técnicos esclarecem que o fato é normal, entenda melhor.

Conab publicou números quanto a expectativa de safra 2016. Acompanhe a análise para Região do Cerrado Mineiro.

Empresas parceiras do Informativo Acarpa:

kapeh                                        Case Tracan
Pinhalense                                Sicoob Coopacredi
Terrena                                     Coopa
Expocaccer                               Mecaniza Massey Ferguson
Park Máquinas Agrícolas         Floema Nutrição Vegetal
Maqnelson John Deere


Leia também:

Destaque Globo Rural: Colheita do café arábica pode ser antecipada no Cerrado Mineiro

Audiência pública discutiu impactos sobre a broca-do-café

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

COLHEITA DO CAFÉ ARÁBICA PODE SER ANTECIPADA NO CERRADO MINEIRO



Conab publicou sua primeira estimativa para safra do café brasileiro em 2016. Diante da informação, o Globo Rural veio até Patrocínio/MG, município maior produtor do grão, para ouvir as perspectivas dos produtores. Além disso a reportagem destaca que a colheita deve ser antecipada neste ano.


Vídeo disponível: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2016/01/colheita-do-cafe-arabica-pode-ser-antecipada-no-cerrado-mineiro.html



COLHEITA DO CAFÉ ARÁBICA PODE SER ANTECIPADA NO CERRADO MINEIRO

Chuva veio na hora certa em 2015 e está garantindo 
lavouras ainda mais produtivas em Minas Gerais.

A colheita do café arábica no Cerrado mineiro poderá ser antecipada neste ano, resultado do clima, já que a chuva está ajudando além do esperado e garantindo lavouras mais produtivas.
Até agora o mês de janeiro em Minas Gerais tem sido de tempo fechado e chuva abundante. Para quem cultiva café, como o agricultor Marcelo Queirós, não poderia ser melhor. Ele tem 100 hectares em produção em Patrocínio, no Cerrado Mineiro, a chuva está ajudando e muito, no desenvolvimento da lavoura.

"A gente está trabalhando com uma perspectiva de 45 a 50 sacas nessas áreas, mas ainda temos muita coisa pela frente. Esperamos aí que se tudo der certo nós teremos neste ano uma produção melhor do que a de 2015", conta o agricultor Marcelo Queirós.
Tradicionalmente em Minas Gerais a colheita do café começa em junho, mas para esta safra, por conta das chuvas de setembro e agora em janeiro, a previsão é de seja antecipada em um mês. No início de maio os grãos já devem estar no ponto de colheita.
"70 a 80% da capacidade de floração das plantas está proporcionando um maior enchimento dos grãos e deve dar uma maturação mais uniforme que irá proporcionar o ponto de colheita no início de maio", diz o agrônomo Ramiro Guimarães.

O agricultor Kássio Fonseca, cultiva 66 hectares de café e também está otimista com a safra deste ano, mas lembra que, para conseguir uma boa colheita, é preciso uma estiada no clima para fazer os tratos culturais.

"Nós ainda temos muita água para rolar, muita coisa pra fazer até chegar o momento da colheita. Nós precisamos também de momento de sol pra poder estar pulverizando, entrar com adubações, para garantir essa boa safra que nós estamos esperando para este ano", explica o agricultor Kássio Humberto Fonseca.

Reportagem Paulo Barbosa




quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

CONAB PUBLICA PRIMEIRA PREVISÃO DE SAFRA DE CAFÉ 2016

O primeiro levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para safra de café 2016 foi divulgado em 20/01. Pela avaliação da companhia, o Brasil deve colher de 49,1 a 51,9 milhões de sacas este ano. "Com uma boa safra, a tendência é não ter grandes impactos na cotação do produto. Então, o produtor acaba ganhando, porque ele produz bem, num cenário de preço que já conhece", diz o ministro interino da Agricultura, André Nassar.

O estudo mostra um aumento entre 13,6% e 20,1% na produção em relação a 2015.       A variedade de café arábica está estimada entre 37,7 e 39,8 milhões de sacas, um crescimento de 17,8% a 24,4% sobre a safra anterior. Já o café conilon deve render entre 11,3 e 12 milhões de sacas, incremento entre 1,8 e 8% sobre a safra passada.

O levantamento da Conab aponta um aumento entre 24,8 e 26,2 sacas por hectare, incremento entre 10,4% e 16,8% em relação à 2015. O café ocupa uma área de 2,25 milhões de hectares no Brasil – 0,8% maior do que a do ano passado (13,4 mil hectares).

A variedade arábica responde por 79,2%. Minas Gerais continua na liderança, respondendo 67,8% do total dessa variedade. Já a estimativa da Conab para o café conilon é de uma redução de área de 468,2 mil hectares – 2,9% menos do que em 2015. 

REGIÃO DO CERRADO MINEIRO

A primeira estimativa de produção de café na Região do Cerrado Mineiro para a safra 2015/16 é de 6.502.100 sacas de 60 quilos, o que representa um aumento de 53,61%, comparativamente à safra anterior. A produtividade média apresentou um incremento de 43,05%, passando de 24,81 sc/ha em 2015, para 35,48 sacas/ha em 2016. A área de café em produção teve um acréscimo de 7,41% em relação à safra passada. A área total de café na região está estimada em 208.451 hectares, sendo 183.273 hectares em produção e 25.178 hectares em formação e renovação.

O aumento estimado para a produção de café na safra 2015/16, se deve ao ganho de produtividade, decorrente do ciclo bienal da cultura, potencializado por produções menores do que o esperado, principalmente, nas duas últimas safras, decorrente de condições climáticas desfavoráveis e ao incremento significativo na área de café em produção da ordem de 7,41%, resultante da incorporação de novas áreas que se encontravam em formação e renovação, decorrente de podas realizadas, especialmente esqueletamentos.

As primeiras chuvas, após a estação seca, ocorreram na primeira quinzena de setembro, em volumes significativos, favorecendo a primeira e a mais representativa das floradas. Entretanto, o período compreendido entre meados de setembro até o final de outubro foi seco e quente. No final de outubro e início de novembro as pancadas de chuva foram recorrentes na região, propiciando o surgimento de uma segunda florada de menor intensidade. O período quente e seco compreendido entre meados de setembro e o final de outubro poderá comprometer o pleno desenvolvimento dos “chumbinhos” e, consequentemente, ensejar queda de frutos nos próximos meses, além de ter favorecido a infestação por bicho mineiro nas lavouras cafeeiras da região. 




CAFEICULTOR: SAIBA COMO MONITORAR E CONTROLAR A BROCA-DO-CAFÉ COM EFICIÊNCIA

O controle da broca-do-cafeeiro tem sido um grande desafio aos cafeicultores desde 2013. O monitoramento e acompanhamento dos cafezais é um exercício contínuo e de extrema importância. Em parceria com Prof. Júlio César de Souza, um dos principais pesquisadores sobre o tema, publicaremos informações de orientação aos cafeicultores. Os artigos são edições de circulares técnicas da Embrapa – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. 

INTRODUÇÃO

A broca-do-café, Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera: Scolytidae), é considerada a se­gunda praga mais importante na cultura do cafeeiro. Ocorre em todas as regiões produtoras de café do Brasil. No entanto, em razão do uso de maiores espaçamentos adotados na moderna cafeicultura brasileira a partir da constatação da ferrugem em 1970, o controle da broca, via mecanização, tornou-se fácil, rápido, seguro, eficiente e econômico. Além disso, maiores espaçamentos contribuíram para reduzir a infestação, por pro­porcionar maior arejamento nas lavouras. Contudo, atenção especial deve ser dada a plantios adensados, onde as infestações da referida praga podem ser maiores, além de dificultar o controle químico. Assim, em todos os sistemas de plantio, em especial nos adensados, o controle cultural deve ser realizado, por meio da colheita bem-feita.

MONITORAMENTO E CONTROLE

O controle químico da broca com o inseticida deve ser realizado em nível de talhões, como resultado do seu monitoramento. Assim, o cafeicultor só aplicará inseticida nos talhões onde a infestação da broca atingir 3% a 5% ou mais de frutos broqueados. Desse modo, o monitoramento da broca disciplina o uso de inseticida por talhões, evitando a sua aplicação em toda a lavoura sem necessidade.

Para que o cafeicultor possa realizar racionalmente o controle da broca a cada ano, é apresentada uma planilha a ser utilizada no seu monitoramento. No campo, deverá ser usada e preenchida uma planilha para cada talhão homogêneo de cafeeiro.

Para o preenchimento da planilha, no monitoramento da broca, devem-se escolher aleatoriamente 30 plantas no talhão. Em cada planta escolhida, visualizar 60 frutos em seis pontos, ou seja, dez frutos por ponto, sem os coletar. Os dez frutos devem ser observados em diversos ramos e rosetas. Assim, os pontos 1, 2 e 3 serão respectivamente saia, meio e topo de um lado da planta, e o 4, 5 e 6, respectivos a saia, meio e topo, do outro lado da planta. Nos dez frutos observados por ponto, serão contados os broqueados, cujo total será anotado na planilha, correspondente a cada ponto observado. Proceder da mesma maneira nas outras 29 plantas.

Preenchida a planilha no campo, somam-se separadamente todos os frutos broqueados de cada ponto (1, 2, 3, 4, 5 e 6), anotando o resultado no subtotal nas colunas. A seguir, somam-se todos os subtotais de frutos broqueados das colunas, este resultado será o total de frutos broqueados (TFB) nas 30 plantas escolhidas e observadas. O valor encontrado, anotado na planilha, ao ser dividido por 18 (fator fixo), dará diretamente a porcentagem de infestação no talhão. Se o valor encontrado for igual ou superior a 3% e 5% de frutos broqueados, deve-se realizar a pulverização no talhão.


INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

A) ao utilizar uma planilha em cada talhão, serão observados 1.800 frutos (6 pontos de dez frutos = 60 x 30 plantas = 1.800 frutos);
B) o monitoramento deve-se iniciar na “época de trânsito” da broca, que ocorre de novembro a janeiro, ou seja, três meses após a primeira grande florada;
C) no monitoramento são observados frutos chumbos e chumbões, totalmente aquosos (86% de umi­dade) da primeira grande florada. A broca apenas os perfurará, sem colocar ovos. Os ovos só serão colocados 53 dias após, com as sementes já tendo uma certa consistência, alimento ideal para as larvas do inseto;
D) o monitoramento deve ser realizado mensalmente até março;
E) em lavouras irrigadas, as infestações da broca são maiores;
F) em geral, o controle químico, em termos de média, é realizado em 30% da lavoura. Em lavouras irrigadas, esse índice pode ser maior;
G) a broca não ocorre em nível de controle em lavouras novas, dispensando, nesse caso, o monitora­mento;
H) em lavouras em renque (fechadas nas linhas), para facilitar o caminhamento na realização do moni­toramento, podem-se considerar três pontos na planta de um lado e três pontos na planta do outro lado, na mesma rua;
I) em lavouras com plantas de menor porte, o número de pontos observados pode ser reduzido para quatro (metade inferior e metade superior da planta, nos dois lados), ou dois pontos (de um lado e de outro da planta). No caso de ser reduzido para quatro pontos, dividir o TFB por 12 e no caso de ser reduzido para somente dois pontos na planta, um de cada lado, dividir o TFB por seis;
J) fazer muitas cópias da planilha para tê-las à disposição, quando no monitoramento;
L) Em caso de dúvida na realização do uso da planilha para o monitoramento da broca, buscar orienta­ção e assistência técnica.

Júlio César de Souza / Paulo Rebelles Reis / Rogério Antônio Silva, Circular Técnica nº67, setembro/2009.