Iniciou-se o período de trânsito da broca do café (Hypothenemus hampei), considerada a segunda praga mais importante na cultura do cafeeiro. Especialistas alertam para monitoramento detalhado dos talhões e tempo correto de aplicação de inseticida.
O período entre os meses de novembro a janeiro é considerado crítico para o controle da Broca-do-Café (Hypothenemus hampei), pois compreende os 90 dias após as grandes floradas dos cafezais. Essa "época de trânsito", é quando insetos adultos fêmeas desalojam frutos secos que não foram colhidos e, encontram-se nas plantas ou no chão, para se multiplicarem. Contudo, a observação e ações de controle da praga estendem até março.
]Na região de Araguari/MG, no final de outubro/16 houveram registros do aparecimento de broca em lavouras irrigadas. Municípios onde ocorreram chuvas significativas no mês de agosto e tiveram floradas precoces, também já se relata a presença migratória do inseto.
Tal fato é um alerta aos produtores do Cerrado Mineiro. Segundo pesquisa coordenada pela Centro Universitário do Cerrado - Unicerp, muitos produtores não utilizam um método quantitativo para monitoramento da broca, baseiam suas decisões apenas em avaliações visuais.
“TIME” CERTO
Outra dúvida preponderante é o tempo exato de início da aplicação de inseticidas no controle da broca. Segundo entomologista e pesquisador da Epamig, Profº Júlio César, primeiramente é fundamental o monitoramento de cada talhão. Com adoção de uma planilha, serão feitas anotações e o acompanhamento da evolução da infestação da broca (pragueiro). O professor aconselha que o monitoramento deva iniciar a partir de 90 dias da maior florada, estendendo-se até 140 dias. Neste período o grão mantém uma umidade média de 86%, fator que dificulta a penetração da broca na semente. Quando o grão atinge 78% de umidade, a broca consegue se alojar na semente e fazer ovoposição. Nesta fase, a infestação atingindo um índice de 5%, aconselha-se o início do controle químico.
EXPERIÊNCIAS EM 2016
Durante um encontro técnico promovido pela Acarpa, consultores que atuam na região do Alto Paranaíba compartilharam experiências positivas no controle da broca em 2016. Ressaltaram que o uso dos princípios ativos aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) demostraram ser eficazes, contudo com menor eficiência em relação ao Endosulfan que obtinha resultados próximos a 87% de controle, segundo pesquisas da Epamig Café.
A utilização de fontes biológicas, como o bouveria bassiana, também apresentou resultados positivos. Os consultores pontuaram que outra aplicação eficiente foi a composição de clorpirifós associado a um desalojante (enxofre e/ou óleo de laranja).
O Departamento Técnico da Acarpa alerta que independente de qual produto será utilizado o importante é o cafeicultor ter um acompanhamento profissional. Cabe ao profissional da área agronômica orientar sobre quais tecnologias de aplicação serão mais eficientes e, buscarem minimizar os riscos de desequilíbrio de agentes naturais.
No Informativo Acarpa, página 04, está disponível Planilha de Campo para monitoramento da Broca-do-Café, disponibilizada pela Epamig.
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