Com as boas chuvas de novembro e a expectativa de que continuem nos meses de dezembro e janeiro/17, cafeicultores já começam a se preparar para o plantio de novas áreas de café ou na renovação de lavouras. Em um artigo recente, J.B. Matiello, da Fundação Procafé, faz um alerta aos produtores com relação a qualidade das mudas de café a serem utilizadas.
Segundo o pesquisador, mudas de café com folhas muito verdes, tenras e grandes, que atraem pelo bom aspecto, ou seja, mudas todas “bonitonas”, nem sempre são as mudas melhores para plantio. A boa qualidade das mudas está ligada à sua genética e aos cuidados na sua formação.
Ele explica que alguns aspectos genéticos devem ser observados. As mudas devem ser oriundas de sementes, ou estacas, de origem conhecida (sementes ou clones certificados), observando as indicações de cultivares com características mais apropriadas e adaptadas à região de plantio, sendo essenciais – a produtividade, o porte baixo, o vigor e a resistência do material genético.
Matiello destaca que para formação das mudas é importante se observar oito itens:
1- A escolha da área do viveiro – com boa insolação, em local alto, sem umidade e não localizado logo abaixo de lavoura.
2- O uso de substrato livre de nematoides, se possível fazendo análise prévia.
3- Fazer registro do viveiro - com Técnico responsável.
4- Na semeadura – usar sempre o semeio direto, para evitar raízes tortuosas.
5- Proteger as mudas contra pragas e doenças – e controlar sempre que necessário,
5- Proteger as mudas contra pragas e doenças – e controlar sempre que necessário,
sendo que no caso de Pseudomonas indica-se eliminar mudas doentes.
6 - Produzir/plantar mudas no estágio certo – com 4-6 pares de folhas. Não forçar seu crescimento vegetativo em detrimento do sistema radicular.
7 - Fazer a aclimatação das mudas ao sol, ou, preferivelmente, um condicionamento hormonal, que segura o crescimento vegetativo, com amadurecimento/endurecimento dos tecidos e amplia o crescimento do sistema radicular fino.
8 - Selecionar as mudas antes do plantio, recuperando ou eliminando mudas fracas no viveiro.
O pesquisador esclarece também que uma boa muda é aquela que possui mais raízes, essenciais no pegamento e na boa estruturação inicial da planta no campo. Uma boa proporção do sistema radicular, com sua parte aérea, em peso, é de quase 1 para 1. Todos os tipos de mudas podem ter boa qualidade, seja as de sacola plástica, as de tubete, as de bandeja ou de sacolas de TNT. Basta adequar o seu tamanho e os cuidados no plantio. Muda de qualidade tem caule mais grosso, folhas coriáceas, de coloração verde-claro e devem estar livres de pragas e doenças.
Matiello deixa um alerta quanto a pequena quantidade de cafeicultores que fazem suas próprias mudas, havendo preferência pela sua aquisição em viveiristas. Isto vem dificultando sob dois aspectos. Primeiro, a aquisição das mudas eleva o custo da implantação da lavoura, visto que os plantios atuais, em sistema renque ou semi-adensados, necessitam do uso de um número elevado de mudas por área, de 5000-8000/ha, assim, logo de saída, isso incorre em gasto de cerca de R$ 2500,00 – R$ 4000,00/ha. Segundo, o cafeicultor fica sujeito a adquirir/plantar as mudas que o viveirista tem disponível no momento, nem sempre daquela variedade ou da qualidade que o produtor deseja. Com isso, a adoção de novas variedades fica mais difícil, pois os viveiristas tendem a formar mudas das variedades tradicionais. Nesse caso, uma das alternativas seria o cafeicultor adquirir sementes de variedades que achar mais adequadas, então, com elas, ou formar suas próprias mudas ou fornecer as sementes para o viveirista formar as mudas para o cafeicultor.
Fonte: Procafé
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