Fruto com presença da broca |
A Região do Cerrado Mineiro tem se
mobilizado para reivindicar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) a prorrogação da Portaria nº188, de 12 de março de 2014. A
publicação estabelece o prazo de vigência da emergência fitossanitária e a
adoção de medidas emergenciais no combate à broca do café para Minas Gerais com
prazo final em 13 de março de 2015. A Acarpa – Associação dos Cafeicultores da
Região de Patrocínio endereçou correspondência ao Secretário de Defesa do MAPA,
Décio Coutinho e ao Diretor do departamento de Sanidade Vegetal, Luis Eduardo
Pacifici Rangel.
Conforme esclarece o texto do ofício, a
broca H. Hampei é uma das principais
pragas que ocorrem no cafeeiro, cujo prejuízo maior é a depreciação do grão a
ser comercializado. Para cada 5% de frutos atacados pela broca, 1% dos grãos
apresenta defeito, interferindo diretamente na qualidade da bebida, e
consequentemente, no preço recebido pelos cafeicultores. Além disso, a praga
causa significativas perdas quantitativas, que em casos graves, de infestação
máxima, podem atingir 12 quilos em cada saca de 60 quilos de café beneficiado.
Após a decisão das autoridades de
Registro e Regulamentação de Agrotóxicos de proibir a comercialização do Endosulfan, consagrado inseticida de
controle dessa praga, a partir de 1º de julho de 2013, sem garantir a
existência de ingredientes ativos eficientes no mercado, os cafezais ficaram
vulneráveis aos efeitos da broca. Apenas em setembro de 2014 foi autorizado emergencialmente
à DuPont importar o produto BeneviaTM, que possui como ingrediente ativo o Ciantraniliprole, a ser utilizado no
combate à broca em Minas Gerais. Em janeiro último, os estados de São Paulo e
Espírito Santo tiveram declaradas suas emergências sanitárias para a broca.
Segundo o CNC – Conselho Nacional do
Café, toda cadeia produtiva do café será mobilizada para que este pedido
sensibilize as autoridades competentes e haja uma ação efetiva antes de 13 de
março. O receio dos cafeicultores é que se a portaria não for prorrogada, possa
faltar inseticida, legalmente autorizado, para combate a praga da broca. Para o presidente da Acarpa, Marcelo Queiroz,
a situação é preocupante. “A possibilidade de não termos uma condição eficaz de
controle da broca para os próximos meses coloca toda nossa produção mineira em
risco emitente”, alertou Queiroz.